Contexto psico-social


Até meados dos anos 80, o uso não medicinal da cetamina foi relacionado com "exploradores da mente" e espiritualidade alternativa e associado àqueles com acesso ao fármaco, tal como médicos e profissionais de saúde. Desde esta altura começou a haver um aumento no seu uso, associado ao crescimento da "dance culture" (clubes/festas/"raves" techno).

A cetamina é um estimulante em doses baixas e alguns utilizadores conseguem continuar a dançar enquanto sob o seu efeito, especialmente quando a droga é combinada com outros estimulantes que reduzem o estado de dissociação. No Reino Unido, muitos frequentadores destas festas tomaram cetamina pela primeira vez acidentalmente numa pastilha que lhes foi vendida como sendo ecstasy. Os resultados deste "ataque surpresa" foram frequentemente desagradáveis e a cetamina adquiriu uma má reputação. A sua popularidade aumentou quando na Europa os utilizadores começaram a tomar esta droga pela via intra-nasal.[1]

A cetamina é obtida por desvio de fornecimento legítimo (empresas farmacêuticas e veterinárias) e é frequentemente convertida da sua forma líquida a pó usando um simples processo de evaporação. Até 1996, não havia evidências que a cetamina fosse adulterada com outras substâncias, no entanto esta situação parece ter mudado quando o preço e a procura aumentaram o suficiente para tornar esta prática proveitosa. Pode também ser vendida como componente principal em comprimidos de ecstasy falsos e usada como agente adulterante noutras drogas, tais como a cocaína, anfetaminas e heroína.

Recentemente começou a associar-se o uso da cetamina ao aumento da incidência de sexo desprotegido no seio da comunidade gay. Por esta razão, foi considerada um problema de saúde pública no contexto da disseminação de vírus de transmissão por contaminação sanguínea e outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). O uso desta droga está ainda associado com práticas de injecção de elevado risco tais como partilha de seringas.[4]
 

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