Efeitos agudos


A cetamina difere da maioria dos agentes anestésicos uma vez que parece estimular o sistema cardiovascular, produzindo um aumento na frequência e débito cardíacos e na pressão sanguínea. A taquicardia é o achado mais comum em utilizadores de cetamina que são encaminhados para os serviços de urgência. Os efeitos cardiovasculares geralmente não constituem perigo em pacientes sem problemas cardíacos, sendo apenas contraindicada em pacientes com doença isquémica cardíaca e desaconselhada em indivíduos com hipertensão ou patologias cerebrovasculares. [17]


Os fenómenos de neurotoxicidade observados em modelos animais são causa de preocupação no uso recreativo deste composto. Os utilizadores podem não tomar a cetamina em combinação com agentes protectores como benzodiazepinas, ao contrário do que sucede na prática clínica. Acresce ao risco de neurotoxicidade o facto de muitas vezes a cetamina ser coadministrada com outros compostos neurotóxicos, como o álcool. O uso recreativo pressupõe exposições repetidas, ao contrário do uso clínico, que é esporádico. Estão descritas reacções adversas associadas ao uso crónico de cetamina, apesar de raras, e incluem diminuição da atenção e memória e comprometimento visual subtil. Até hoje, não foi ainda reportada qualquer associação entre o uso de cetamina e o aparecimento de danos cerebrais em humanos ou atraso na aprendizagem, a presumível sequela da neuroapoptose em crianças. Não há, por isso, na literatura evidências convincentes de qualquer efeito neurotóxico induzido pela cetamina ou de perdas cognitivas resultantes do uso clínico deste xenobiótico. [18]
 

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