Mecanismo de acção


A cetamina induz o aumento máximo da actividade metabólica nas estruturas corticais e subcorticais do sistema límbico. No entanto, para doses subanestésicas, onde o efeito analgésico é mais predominante, a actividade metabólica nestas regiões está diminuída. [9]

Ao nível celular, a cetamina é um antagonista não competitivo do receptor do N-metil-D-aspartato (NMDAR) (Fig. 5) de baixa afinidade e dependente do uso, característica responsável pelos seus efeitos terapêuticos primários. No entanto, também altera o funcionamento dos receptores dopaminérgicos, serotoninérgicos, colinérgicos e opióides e dos canais de sódio. [13][7]
A cetamina interfere na acção dos aminoácidos excitatórios incluindo o glutamato e o aspartato. O glutamato é libertado na fenda sináptica por exocitose dependente do cálcio, onde pode actuar em vários receptores, incluindo o NMDAR ionotrópico. Este receptor, além do glutamato, também requer glicina para abrir e é altamente permeável ao cálcio, sódio e potássio. [14] O glutamato é essencial para a sinaptogénese e sobrevivência neuronal, mas é também importante na morte celular induzida pela excitotoxicidade. [9][13]


A cetamina inibe o receptor do NMDA por dois mecanismos distintos (Fig. 6):
a) Bloqueia o canal aberto, reduzindo o tempo médio durante o qual o canal se encontra aberto;

b) Liga-se ao receptor fechado e, por um mecanismo alostérico, diminui a frequência de abertura do canal.


Baixas concentrações de cetamina causam predominantemente o bloqueio do canal fechado, enquanto altas concentrações bloqueiam tanto o canal fechado como aberto. Este mecanismo de antagonismo do receptor do NMDA dependente da concentração de cetamina tem implicações clínicas, verificando-se propriedades analgésicas a baixos níveis de cetamina e os efeitos anestésicos a concentrações muito mais altas. [13]

 

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